segunda-feira, 23 de março de 2009

Nomes fantasia: É possível viver sem eles - Parte II

Não sei se me espressei bem no post que sobre a questão dos nomes fantasia no futsal paranaense e no esporte brasileiro em geral. Trocando em miúdos (como diria um velho professor de Filosofia, enquanto limpava as mãos cheias de giz nas cortinas da sala de aula da uma universidade local), meu posicionamento é contrário a este tipo de prática, pois as grandes redes de comunicação (leia-se Globo) ignoram este nomes, citando a equipe com o nome da cidade e também porque acaba enfraquecendo a marca do clube, deixando de causar uma relação de identidade junto à sua torcida. Entretanto, me pergunto se seria possível para equipes de pouca expressão sobreviver sem esta prática, num contexto de falta de patrocínos ao esporte em geral. Esta batalha entre o fortalecimento da marca e a verba de patrocínio evidencia um alívio financeiro imediato, mas um prejuízo à longo prazo. Quem está com a razão? Certamente o tempo dirá.
Falando em empresas usando nomes fantasias como forma de marketing, uma caso interessante mesmo aconteceu com Leônidas da Silva (considerado o inventor da bicicleta, e para muitos o melhor jogador do futebol brasileiro nos anos 50), um comentarista francês (Raymond Thourmagem) o apelidou de Diamante Negro e, anos mais tarde, a Lacta inventou um chocolate com o mesmo nome para homenageá-lo. Leônidas recebeu 2 contos de réis na época (não faço idéia se era muito ou pouco dinheiro.... mas enfim...) e nunca mais cobrou nada pelo uso do nome na marca do chocolate. Uma jogada se marketing perfeita, muito antes de se discutir ou criar o conceito marketing que apareceu em meados dos anos 80.
Hoje me pergunto se poderia acontecer o contrário: Suponhamos que Joãozinho, negrinho mirrado, lembrando o Robinho no início da carreira. Jovem jogador das categorias de base de algum clube deste Brasizão de meu Deus comece a jogar muita bola. Com certeza logo apareceria algum empresário interessado em colocá-lo em algum clube grande e gerenciar sua carreira. Agora suponhamos que este empresário tenha contatos na Assessoria de marketing da Lacta ou em de alguma outra multinacional. E como ninguém na mídia ainda conhece J0ãozinho, o empresário propõe o seguinte: Por alguma quantia o Joãzinho, já que não tem apelido, adotaria como apelido a marca da empresa. Teríamos o João Diamante Negro, ou o João Nescau, o João Todinho, o João Chokito, o João Bombril.... ou seja a marca qual seja. Teríamos aí um caso de nome fantasia de atleta. Sinceramente, não me assustaria se isso começasse a acontecer no esporte brasileiro...

Teríamos campeonatos surreais. Escutaríamos nas rádios locais a seguinte escalação:
Os times entram em campo, jogando em casa o Coca-Cola/Nokia/Microsoft/Marlboro/Rio de Janeiro Futebol vem À campo com com: Maizena (este já existe), Panasonic, Antartica, Zé HP e Puma; Volksvagem, Luiz Boss e Adidas; Mastercard, Intel e João Bradesco. O visitante é o Apple/Pepsico/Philips/Doril/Belo Horizonte Futebol e vem escalado com: Suvinil, Grandene, Kaiser, Parmalat e Tião Ford; Itaú, Gilette (ui, o nome real desse deve ser Richarlyson), Knnor e Ipiranga, Olimpikus e Assolan.

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